A Justiça Federal decretou nesta quarta-feira (18) nova prisão preventiva para quatro réus acusados de participação no esquema de desvios na Petrobras. A decisão do juiz Sergio Moro indeferiu pedidos de revogações das prisões de Ricardo Pessoa, presidente da UTC; Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa; Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa; e João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa.
Conforme a sentença, as defesas dos réus alegaram que houve alteração das “circunstâncias fáticas iniciais”. Diante do da alegação, Moro indagou o Ministério Público Federal (MPF) sobre o pedido – o qual se manifestou contrário às revogações das prisões. “Não houve alteração do conjunto de fatos e provas que levou à decretação da preventiva”, contrapõe o juiz.
Ainda conforme o juiz, a materialidade dos crimes apontados pelo Ministério MPF como praticados pelos representantes das empreiteiras justifica a manutenção da prisão dos acusados, para evitar que estes sejam reiterados. “Necessário, infelizmente, advertir com o remédio amargo as empreiteiras de que essa forma de fazer negócios com a Administração Pública não é mais aceitável - nunca foi, na expectativa de que abandonem tais práticas criminosas”, afirma Moro.
Além disso, Moro afirmou ainda que as prisões devem ser mantidas diante de “tentativas de cooptação de testemunhas pela UTC e pela Camargo Corrêa”. Segundo Moro, os réus tentaram cooptar a testemunha Meire Poza, além de tentar obter interferência política no processo judicial. “Reputo necessário decretar nova prisão preventiva contra os acusados, sem prejuízo das anteriores, havendo nítido risco ao processo (à instrução, à aplicação da lei e à própria integridade da Justiça), que reclama nova preventiva”.
Os executivos foram acusados em processos derivados da sétima etapa da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, deflagrada em novembro de 2014 e que culminou na abertura de seis ações penais contra executivos de empreiteiras, além de ex-diretores da estatal e pessoas acusadas de operar o esquema de pagamentos de propina.
Os executivos são ligados às empresas Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia, OAS, Camargo Corrêa e UTC. Segundo o Ministério Público Federal, as empreiteiras participaram do chamado “clube”, cartel formado pelas maiores construtoras do Brasil para garantir contratos com a Petrobras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário